Visão do purgatório de Santa Catarina de Gênova
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Tratado sobre o Purgatório
escrito por Santa Catarina de
Gênova
A voz de
Jesus se faz sentir no íntimo da minha alma com extrema clareza:
Quero que
se ore por estas santas almas do Purgatório, porque o meu Coração divino arde
de amor por elas. Desejo vivamente a liberação delas, para uni-las totalmente a
mim.
E as
penas por quanto terríveis possam ser, são sempre incomparavelmente leves em
comparação à ofensa infinita que constitui o pecado.
O
Purgatório é como uma prisão de luz e de fogo, constituído da Misericórdia
divina: a alma deve purgar-se da pena do seu pecado para poder entrar na
beatitude eterna.
Visão do
Grande purgatório:
Vi com os
olhos da alma um fogo que causava horror sem limite nem forma, que queimava sem
nunca variar, em um silencio absoluto... Vi neste fogo milhões de pobres almas
estreitas uma contra as outras, mas sem que pudessem se comunicar, senão aquele
mesmo fogo.
Este
grande Purgatório é como o inferno, tirando-se a eternidade das penas e o ódio
perante Deus e das outras almas, e a desesperação.
Se não me
engano, vi que elas neste estado eram mais purificadas que consoladas, mais
queimadas que iluminadas: é um estado terrível.
Visão do
Médio Purgatório:
Vi, com
os olhos da alma, um mar de fogo abrir-se na minha frente. Ele fazia rumor,
imensas chamas claríssimas se reproduzem e se desfazem incessantemente.
E
aqui, milhões de almas estendem as mãos, submersas no fogo e nas chamas que se
levantam com um força impetuosa.
É
como um movimento da alma, um início de caminho através do Céu, mas sem o
mínimo desejo pessoal; é como um lançar interior que a leva ou a empurra à
Deus. Veem certamente purificadas, através de muito sofrimento, mas também
iluminadas, assim as consola e permite a elas de glorificar Deus não somente
abandonando-se ao seu Puro Querer, mas assumindo uma quase iniciativa de
agradecimento.
Frequentemente,
depois do juízo particular, a alma vai no Grande Purgatório; ela fica como
tonta e sem forças, porque para ela é a descoberta do pecado, da sua gravidade,
dos seus efeitos, das suas implicações.
Neste
período a alma é como se fosse paralisada: imóvel, ela contempla seja a justiça
de Deus que se exercita nela, seja a Misericórdia de Deus que valeu a faze-la
salva.
Depois
ela se coloca em movimento em direção a Deus, que a atrai, que a transporta
através do seu amor infinito; é aqui que ela passa no Médio Purgatório.
No Médio
Purgatório, a alma se afronta com o Amor, mas contempla este Amor infinito que
a atrai. No Médio Purgatório, a alma sai de si mesma e descobre tudo aquilo que
significa a sua participação à Igreja.
Visão da
Entrada do Céu:
É
como o alto do Purgatório, um mundo de luz ardente e de paz. É o sofrimento do
amor levado ao seu paroxismo, um padecimento de amor, o júbilo total, mais
suave, unido ao sofrimento pior, o mais devastador.
É o reino
do puro amor e do nu sofrimento; as almas seguem através da Jerusalém celeste,
se apresentam na frente do Rei.
Elas
ficam mais ou menos um longo tempo, mas nunca como no Grande e Médio
Purgatório, porque a intensidade dos langores de amor da Entrada constitui uma
rápida e ulterior purificação.
Escutei
as almas cantarem: Me liberais da morte. Conservais os meus pés do tombo, para
que eu caminhe à tua presença na luz dos viventes, oh Deus.
Obs: O
Purgatório não é um lugar específico é uma estado da alma em purificação,
aguardando entrar no céu, pois sabe que ainda não é digna de contemplar a
pureza de Deus, pela consequência dos seus pecados ainda não purificados.
Devemos
interpretar a visão dos santos, pois elas são sempre mais simbólicas que uma
realidade de fato. Ninguém sabe como é o céu o purgatório ou o inferno. Só
podemos conhecer essas realidades através de símbolos como o fogo, a luz, as
sombras, etc.
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